A história do Bangu Atlético Clube teve seu início no final do século XIX.
Tudo Começou na Fábrica Bangu
Funcionários ingleses que trabalhavam no corpo técnico da Fábrica Bangu, que tinham chegado recentemente ao Brasil, falavam muito de futebol.
A Fábrica Bangu funcionava onde hoje é localizado o Bangu Shopping.
Os brasileiros, que até então desconheciam o esporte, ficaram empolgados com a novidade.
Dessas conversas, surgiu a ideia de construir um campo de futebol (“Field” para os ingleses).
Então surgiu um problema: As bolas que seriam usadas nas partidas.
Nessa época, havia somente uma bola, trazida por um dos funcionários ingleses, o Sr. Thomas Donohoe.
Historiadores dizem ser esta a primeira bola de futebol trazida à Cidade do Rio de Janeiro.
Naqueles anos, todos os equipamentos industriais da fábrica eram trazidos da Inglaterra.
Para surpresa de todos, um belo dia, ao se abrir uma das caixas de equipamentos, foi encontrado um pacote contendo uma bola de futebol nova, com alguns pares de chuteiras.
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O Começo do futebol em Bangu
Depois de algum tempo, o futebol já era prática comum em Bangu.
Os jogos ocorriam em uma área cedida pela Companhia Progresso Industrial do Brasil em um campo provisório, localizado próximo às instalações de trabalho.
Em dezembro de 1903, O Sr. Thomas Donohoe retornou à sua terra natal para um passeio.
Ao voltar para o Brasil, trouxe mais duas bolas de futebol.
Em pouco tempo, ficou claro que o futebol havia despertado um sentimento de entusiasmo em todos. Tanto que o Sr. Andrew Procter sugeriu a fundação de um clube para a prática desportiva.
Após uma reunião preparatória, na qual tomaram parte os Srs. Andrew Procter, John Starck, José Villas Boas, Thomas Donohoe, Clarence Hibbs, Willian French, Willian Procter, Martinho Dumiense, José Medeiros, José Soares, Frederich Jacques e Thomas Hellowell, quando se decidiu, definitivamente, fundar-se o “club”.
No dia 17 de abril de 1904 foi fundado, oficialmente, o Bangu Atlético Clube, que hoje está localizado na Av. Cônego Vasconcelos.
Os fundadores oficiais que constam na assinatura da Ata de Fundação são os seguintes: Andrew Procter, Clarence Hibbs, Frederich Jacques, John Starck, José Soares, Segundo Maffeu, Thomas Hellowell, William French, William Hellowell e William Procter.
Não podemos deixar de citar os Srs. Thomas Donohoe, José Villas Boas e James Hartley, que também faziam parte dos membros fundadores, mas que não constaram na fundação oficial.
Eles atuaram posteriormente como Vice-Presidente e Membros do Conselho Fiscal da Diretoria então eleita.
Leia na íntegra a Ata da fundação do clube (de acordo com o texto original):
“Aos 17 de abril de 1904, na casa nº 12 da Rua Estevão, com a presença dos seguintes Senhores: John Starck, Fred Jacques, Clarence Hibbs, Thomas Hellowell, José Soares, William Procter, William Hellowell, William French, Segundo Maffeu e Andrew Procter, fundou-se um Club Athletic sob a denominação de “BANGU ATHLETIC CLUB”.
Foi convidado de presidir o meeting Sr. John Starck, servindo de Secretário o Sr. Andrew Procter. O Presidente expôs os fins do Club que serão os jogos de “Foot-ball”, “Cricket”, “Lawn Tennis” e outros jogos variados.
Foi proposta pelo Sr. Jacques que a entrada de sócios seja de 2$000 e que a mensalidade é de 1$000 pagável no dia 1º de cada mês que foi adoptado unanimimente. Foi decidido que as cores serão branca e encarnado e o Sr. Stack foi convidado de falar com o Director da Fábrica, afim de arranjar o panno necessário para fazer o fardamento do Club. Foram eleitos para servirem na Directoria para o primeiro anno os seguintes Senhores:
Presidente Honorário João Ferrer
Presidente William French
Vice Presidente Thomas Donohoe
Secretário e Thezoureiro. Andrew Procter
Conselho Fiscal José Villas Boas, James Hartley e José Soares
Cap of “Foot-ball” John Starck
Cap of “Cricket” Thomas Hellowell
Cap of “Lawn Tennis” Fred Jacques
Ficou resolvido que será jogado um match entre os teams do Capitain e Secretario, no domingo dia 24 deste mês. Jogo para principiar às 4 horas da tarde.
O Secretário foi autorisado de annunciar a formação do Club nos jornais e também annunciar na Fábrica, convidando os rapazes de entrar como sócios. Quem quizer dará o seu nome ao Secretário. Foi convocado para domingo 24 uma nova reunião da Directoria afim de tratar dos assumptos do Club.
Não havendo mais nada de tratar foi dissolvida a assembléia na maior harmonia. (a) – John Starck – José Soares – Fred Jacques – Thomas Hellowell e Andrew Procter.
17 de Abril de 1904”
Fonte: Revista Bangu e Suas Glórias – Ano I – novembro de 1981
O primeiro estádio do Bangu Atlético Clube
O locutor Ary Barroso costumava chamar o primeiro estádio do Bangu de “A cancha encantada da Rua Ferrer”.
Ele foi construído paralelamente ao ao terreno da Fábrica Bangu pelo Diretor-Gerente da Companhia e Presidente Honorário do Bangu, João Ferrer, em tempo recorde para que o Bangu pudesse participar do 1º Campeonato Carioca de futebol, pois antes o clube jogava em uma área dentro da Fábrica.
A estreia do no estádio ocorreu no dia 13 de maio de 1906. O Bangu venceu o jogo contra a equipe do Riachuelo por 2 x 0., com o jogo amistoso Bangu 2 x 0 Riachuelo. Alguns dias depois, o Bangu jogou oficialmente contra o Football and Athletic pelo Campeonato Carioca.
As arquibancadas da Rua Ferrer sofreram um incêndio em 1936, antes de uma partida entre Bangu e Madureira.
A “arena” foi reconstruída para o ano seguinte, sua reinauguração ocorreu em 23 de maio de 1937. Na rua Ferrer, atrás do campo, ficava a sede social do Bangu, o famoso Pavilhão.
O campo foi utilizado até 1943, já que a partir de 1944 as partidas de futebol foram proibidas lá.
A área onde ficava o campo foi vendida e foi construído um novo campo (atualmente o Estádio de Moça Bonita, inaugurado em 1947).
O maravilhoso gramado da Rua Ferrer (com grama inglesa) e as suas luxuosas arquibancadas de madeira, além de todas as confusões que os apaixonados torcedores faziam ali ficaram somente nas lembranças de quem viveu naquela época.
Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho (Moça Bonita)
O início das obras do Estádio Moça Bonita frustraram um pouco as expectativas. Segundo os mais otimistas, as obras deveriam ser iniciadas em 1945 e o estádio seria inaugurado já em 1946.
Porém, devido aos atrasos, a inauguração acabou ficando para 1947. O time do Bangu teve que atuar longe da sua torcida desde 1944. Historicamente, grande parte da força do Bangu vinha do seu mando de campo. As partidas no campo da Rua Ferrer eram um verdadeiro martírio para os adversários. Quando sua torcida estava nas arquibancadas luxuosas, bem trabalhadas em ferro e madeira, o alvirrubro era mais forte que qualquer adversário.
A Rua Ferrer se tornou famosa por conta das suas partidas lendárias, marcadas por confusões memoráveis. Os primeiros 40 anos do Bangu marcaram a sua história.
Agora, de casa, com instalações amplas modernas e seguras, o Bangu Atlético Clube tinha plenas condições de atender a todas as exigências dos jogos de futebol que disputava. Foram dois anos jogando todas as partidas fora de casa.
A equipe precisava fazer do estádio de Moça Bonita um motivo de orgulho para os seus jogadores e local acolhedor para que a sua apaixonada torcida pudesse demonstrar todo o seu amor, assim como foi na Rua Ferrer.
No período em que atuou longe de sua torcida, o Bangu até fez uma campanha bem razoável nos dois campeonatos em que participou: o Torneio Municipal e o Campeonato Carioca.
Mas o desejo do Dr. era montar uma grande equipe para iniciar os jogos nos gramados do Moça Bonita, assim como foi o encantador Bangu Atlético Clube na década de 30.
Hino Oficial do Bangu
Ouça o Hino oficial do Bangu
O Bangu tem também a sua história, a sua glória,
Enchendo seus fãs de alegria!
De lá, pra cá,
Surgiu Domingos da Guia.
Em Bangu se o clube vence há na certa um feriado,
Comércio fechado.
A torcida reunida até parece a do FlaFlu:
Bangu, Bangu, Bangu!
O Bangu tem também como divisa na camisa:
O vermelho-sangue a brilhar.
E faz cartaz,
Estouram foguetes no ar!
Em Bangu se o clube vence há na certa um feriado,
Comércio fechado.
A torcida reunida até parece a do FlaFlu:
Bangu, Bangu, Bangu!
Existe uma história engraçada que conta como Lamartine Babo escreveu os hinos dos clubes do Rio de Janeiro.
Historiadores contam que Lamartine estaria enrolando por muito tempo a gravadora para a entrega das músicas.
Os diretores da indústria fonográfica da época, já com a paciência esgotada, tiveram a brilhante ideia de convidar Lamartine para um baile fictício.
Quando ele chegou ao local do suposto baile, Lamartine não se deparou com nenhuma festividade, mas sim com os empresários irritados com a sua demora.
Lamartine então foi mantido preso e só foi liberado depois de escrever a letra dos hinos de todos os clubes do Rio de Janeiro.
E foi dessa forma que Lamartine Babo finalmente entregou todos os hinos à gravadora.
Torcedor fanático do América, deixou para compor o hino do seu clube por último, e com certeza o fez um dos mais belos do país.
Curiosamente, o hino do Bangu, que também ficou pronto naquela noite, trouxe em sua letra o nome do lendário craque Domingos da Guia.
A Origem do Nome Bangu
Segundo Theodoro Sampaio (Theodoro Fernandes Sampaio – Engenheiro, brasileiro contemporâneo e autor de o “Tupí na Geografia Nacional” ), um dos mais notáveis conhecedores de assuntos indianistas de sua geração, Bangu significa: Anteparo negro; paredão escuro ou escurecido, cheio de sombras ou sombreado.
Já, de acordo com o professor Ondemar F. Dias Júnior, o nome Bangu aparecia em alguns registros de 1740.
Existem, porém, algumas afirmações de que a origem do nome BANGU é uma variação da palavra “BANGUÊ”, cujo significado seria “Engenho de fazer açúcar” ou local onde se colocava o bagaço da cana, depois de moída e que seria usado como combustível para a alimentação do fogo nas fornalhas (Paschoal José Granado e José Franco Mercadantes).
O Escudo do Bangu Atlético Clube
Desde que foi criado, o Bangu Atlético Clube teve 3 metas muito bem definidas: se desenvolver em três setores: o social, o cultural e o esportivo.
Uma curiosidade marcante que confirma essas afirmações são as letras do escudo do Clube: B, A e C. Cada uma delas representa um objeto.
O “B” significa um pincenê, espécie de monóculos muito usado no século XX, e que representa a face “intelectual” do clube.
Já o “A” é um suporte para pintura de telas, mostrando uma vocação para o lado cultural.
E para finalizar, o “C” representa uma ferradura, desejando sorte nas atividades esportivas.
Esse foi o objetivo do chefe da seção de gravura da Fábrica Bangu, o português José Villas Boas que, em 1904, desenhou o escudo mais bonito do país.
A Escolha das Cores do Clube
A origem histórica das cores vermelha e branca na camisa do Bangu tem versões divergentes.
Alguns afirmam que elas foram escolha dos ingleses que trabalhavam na fábrica, prestando homenagem a São Jorge, santo padroeiro da Inglaterra.
Enquanto outros afirmam que as cores são as mesmas do Southampton F.C., time antigo da Inglaterra, em que seu brasão é representado por três rosas (duas vermelhas e uma branca).
Mascote do Bangu Atlético Clube
No início da década de 80, alguns críticos do futebol insistiam em dizer que faltava algo de “peso na camisa” do Bangu para enfrentar as grandes equipes do Brasil.
Castor de Andrade teve, então, a ideia de colocar um novo adereço no uniforme do clube. No lado direito da camisa foi colocado um novo mascote, a figura de um castor, simbolizado por um simpático roedor preto, de cauda longa e empinada, em belíssima e eterna homenagem ao Grande Benemérito e futuro Patrono do clube.
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