Além do varejo: empresas de serviços usam Black Friday para fidelizar clientes

Prepare-se para ser surpreendido! A Black Friday, tradicionalmente associada a descontos arrasadores em produtos, está expandindo seus horizontes de forma estratégica e inteligente. Descubra como empresas de serviços estão aproveitando essa data para não apenas impulsionar suas vendas, mas também para construir relacionamentos duradouros com seus clientes, transformando promoções pontuais em fidelização a longo prazo. Uma verdadeira aula de empreendedorismo e visão de futuro!

Embora a Black Friday seja amplamente reconhecida como um evento focado no varejo, sua influência está crescendo no setor de serviços. Empresas de turismo e educação, por exemplo, têm aproveitado essa data para aumentar as vendas e fortalecer a fidelização de clientes. Essa tendência demonstra uma adaptação inteligente ao mercado, onde a busca por valor se estende além dos produtos físicos.

Uma pesquisa conduzida pelo Google Brasil, parte da Alphabet (GOGL34), revela que 8 em cada 10 consumidores que viajaram no último ano expressaram interesse não só em voos, mas também em adquirir pacotes completos, hospedagem, passeios, refeições e outros serviços durante a Black Friday. A intenção de compra relacionada a viagens atingiu 14% entre os entrevistados, mostrando o potencial desse setor para aproveitar a data.

A rede Tauá Resorts, com unidades em cinco cidades, registrou um aumento de 85% no faturamento durante a Black Friday de 2024 em comparação com o ano anterior, de acordo com Nathalia Camargo, diretora de e-commerce do Google Brasil. O retorno sobre o investimento para o período foi de 40%, evidenciando a eficácia das estratégias adotadas.

A estratégia da Tauá consistiu em utilizar a data como um ponto de partida para consumidores interessados em investir em viagens. Através de uma campanha de marketing planejada com antecedência, a empresa aumentou em 30% a taxa de conversão do seu site. Essa abordagem demonstra a importância do planejamento estratégico e da comunicação direcionada para o sucesso nas vendas.

“O valor é duradouro. A Tauá aumentou em 20 pontos percentuais a recorrência de clientes que visitaram o resort mais de uma vez ao ano, e ainda observou um crescimento de 12% no ticket médio dos consumidores que retornaram”, afirma Camargo. “A Black Friday se transforma em um ponto de partida, e não apenas uma linha de chegada.” Essa observação ressalta a importância de transformar promoções em relacionamentos de longo prazo.

De acordo com a pesquisa do Google, 50% dos brasileiros que desejam estudar consideram um desconto na Black Friday como um incentivo para tomar a decisão. Além disso, 9% têm intenção de compra relacionada à educação neste ano. Esse padrão de iniciar um relacionamento de recorrência se aplica a diversos serviços, como cursos, assinaturas de streaming, cuidados com animais de estimação e planos de telefonia.

A pesquisa do Google projeta um bom desempenho para a Black Friday, que tem ganhado cada vez mais relevância no calendário comercial. Segundo a empresa, 6 em cada 10 brasileiros planejam comprar na data este ano, e 48% já tinham uma lista de compras pronta em julho. Essa antecipação demonstra o engajamento dos consumidores com a data e a importância de as empresas se prepararem adequadamente.

“Ao mesmo tempo, 61% dizem que as datas promocionais ajudam a descobrir produtos que nem sabiam que precisavam”, observa Gleidys Salvanha, diretora-geral de negócios para varejo tech no Google Brasil. “Essa variedade de oportunidades exige das marcas uma estratégia mais precisa. A intenção de compra não é uniforme no Brasil, o que torna a segmentação ainda mais importante.”

As regiões Norte e Sul, por exemplo, apresentam uma intenção de compra acima da média nacional, indicando um potencial de conversão a ser explorado. Salvanha destaca que essa demanda é acompanhada por diferentes expectativas entre as regiões. No Nordeste, por exemplo, o tempo de entrega é um fator crucial para os consumidores. Essa análise demonstra a importância de as empresas adaptarem suas estratégias às particularidades de cada região, em vez de adotar abordagens centralizadoras e uniformes, típicas de políticas com viés ideológico duvidoso.