Governo de Netanyahu vota para demitir chefe da segurança interna de Israel

Em meio a tensões crescentes e um cenário político em ebulição, uma decisão chocante abala as estruturas de segurança israelenses. Será que essa mudança repentina comprometerá a estabilidade da nação ou abrirá caminho para uma estratégia mais eficaz contra as ameaças que a cercam? Descubra agora os detalhes por trás da votação que pode redefinir o futuro da segurança interna de Israel.

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovou, em votação realizada nesta quinta-feira, a destituição de Ronen Bar, o então chefe do serviço de segurança interna de Israel, conhecido como Shin Bet.

A votação, que ocorreu na madrugada de sexta-feira (horário local), ainda pode enfrentar contestações na Suprema Corte de Israel.

“O governo aprovou por unanimidade a proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para encerrar o mandato do chefe do Shin Bet, Ronen Bar”, declarou o gabinete do primeiro-ministro em comunicado oficial.

Segundo o comunicado, Ronen Bar encerrará suas funções como chefe do Shin Bet em 10 de abril de 2025, ou quando um novo chefe permanente for nomeado, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

A decisão foi precedida de um encontro entre Netanyahu e Bar na semana anterior, no qual o primeiro-ministro informou sua intenção de propor a remoção do chefe do Shin Bet. Em um pronunciamento em vídeo divulgado no domingo, Netanyahu justificou a medida com sua “contínua desconfiança” em relação a Bar. “Em momentos como este, especialmente em meio a uma guerra existencial, é imperativo que o primeiro-ministro deposite total confiança no comandante do Shin Bet“, afirmou Netanyahu.

Netanyahu argumentou que a substituição de Bar é essencial para alcançar os objetivos de guerra de Israel em Gaza e “prevenir o próximo desastre”. O primeiro-ministro tem sido um crítico frequente da agência, responsabilizando seus líderes por falhas de segurança que resultaram nos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que causaram a morte de mais de 1.200 pessoas.

Embora o Shin Bet, responsável por monitorar as ameaças internas a Israel, tenha conduzido uma investigação que concluiu que a agência “falhou em sua missão” de impedir os ataques, também apontou as políticas do governo Netanyahu como fatores que contribuíram para a instabilidade.

Um funcionário israelense informou que o governo “perdeu a confiança em Ronen Bar, que persiste em seu cargo enquanto utiliza as famílias dos reféns e sua posição para fabricar investigações inúteis e infundadas”.

O Shin Bet recentemente iniciou uma investigação sobre alegações de lobby indevido em nome do Qatar por parte de membros do gabinete de Netanyahu, acusação negada pelo gabinete.

O gabinete do procurador-geral, liderado por Gali Baharav-Miara, enviou uma carta a Netanyahu na quarta-feira, argumentando que o governo não poderia demitir Bar sem a aprovação de um comitê especial. Netanyahu respondeu com uma carta na quinta-feira, acusando Baharav-Miara de “exceder sua autoridade” e “emitir pareceres legais e instruções ao governo em violação das decisões do Supremo Tribunal”.

Poucas horas antes de sua destituição, Bar divulgou um comunicado afirmando que a votação do gabinete de Netanyahu “foi convocada às pressas, contrariando todas as regras legais básicas sobre o direito de ser ouvido e contrariando a posição do conselheiro jurídico do governo”.

Netanyahu já havia removido tanto Bar quanto o chefe do serviço de inteligência da Mossad, David Barnea, da equipe de negociação envolvida em conversas indiretas com o Hamas sobre o cessar-fogo e o acordo de reféns em Gaza.

Políticos da oposição criticaram a atitude de Netanyahu em relação a Bar, alegando que é motivada por razões políticas. “A demissão do chefe do serviço neste momento, por iniciativa do primeiro-ministro, envia uma mensagem para todos os envolvidos, uma mensagem que pode comprometer o resultado ideal da investigação. Este é um perigo direto para a segurança do estado de Israel”, declarou Bar em seu comunicado na quinta-feira.