Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo

  Não bastasse o iminente risco de incêndio, noticiado pelo DIÁRIO DO RIO, a Igreja Nossa Senhora do Monte do Carmo, uma das mais históricas e importantes do Brasil, localizada na Rua Primeiro de Março, no corredor cultural da Praça XV, no Centro do Rio, também vem sofrendo com ações de vandalismo. Nesta semana, a fachada e o sino do local foram pichados. A informação foi divulgada inicialmente pela página Rio de Segredos.  

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No início do ano, o Iphan chamou atenção para o perigo que a igreja, pela falta de manutenção, corria de ser consumida pelo fogo há qualquer momento. O estudo do órgão de conservação do patrimônio também revelou que a estrutura do prédio estava prestes a colapsar. O histórico templo é vizinho de parede de uma das mais importantes Igrejas do país, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, que foi restaurada e é de propriedade da Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde foram coroados um Rei de Portugal e dois Imperadores do Brasil e em cuja cripta estão restos mortais de Pedro Álvares Cabral.

O laudo federal solicitou vistoria imediata dos órgãos competentes na esfera estadual e municipal. Entre estes problemas de manutenção encontrados estão infiltrações, falta de equipamentos completos de detecção e combate a incêndios, falta de sinalização contra incêndio e pânico, fissuras, trincas e rachaduras na fachada, que se encontra isolada por grades de ferro enferrujadas e amassadas, largadas pela calçad. Na época, a fiscal Catherine Gallois, do Iphan, classificou o estado do imóvel como “Péssimo“. O relatório foi encaminhado à Defesa Civil do RJ, ao Corpo de Bombeiros e à própria Ordem Terceira do Carmo, proprietária do imóvel.

A vistoria também identificou problemas graves de conservação no interior da construção. Entre eles o estado avançado de deterioração de diversos materiais e elementos construtivos, além de peças de acervos se deteriorando. Segundo fontes do DIÁRIO DO RIO, também haveria indícios de infestação de cupins, gambiarras elétricas e o do risco que apresenta à Igreja vizinha, que se encontra em ótimo estado.

Fundada em 1750, a Igreja Nossa Senhora do Monte do Carmo é tombada como patrimônio cultural do país. O prédio da Ordem Terceira do Monte do Carmo, cujas propriedades em geral se encontram em estado crítico, são objeto de diversos processos judiciais que tentam obrigar a associação “católica” a tomar conta de seu patrimônio histórico. Um destes processos, movido pelo próprio Iphan contra a Ordem, data de mais de 23 anos atrás.

É o caso do último oratório setecentista do Centro, um monumento do século XVIII, bem tombado federal e que se encontra destruído, após anos de descaso. Só sobrou ele, de 73 oratórios que existiam pela cidade e serviam de referência numa época em que apenas estes pequenos santuários tinham iluminação noturna, na cidade. O oratório e sua armação provisória de madeira que já tem mais de 15 anos foi vistoriado pela Prefeitura na manhã de hoje.

Episódio semelhante pode se aplicar à pequena Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, também tombada pelo Iphan, mas que recentemente foi interditada pela Defesa Civil. Ela também pertence a uma irmandade que transformou o descuido em política. O edifício padece dos mesmos problemas de desprezo e descuido pela arquitetura histórica da cidade, mas pode ter novas esperanças pois em Outubro de 2022 a Arquidiocese do Rio conseguiu intervir na Irmandade por ele responsável, e nomeou um interventor, possivelmente com o intuito de dar destino mais faustoso ao belíssimo templo, que fica na Rua do Ouvidor, 35. Oxalá, mas ele ainda se encontra fechado.

Os gestores até recebem multas exorbitantes pelo descumprimento consecutivo de notificações, mas a situação não muda, nem com os diversos processos judiciais contra eles ajuizados, mesmo na esfera federal. A omissão com a paisagem urbanística, o valor histórico e cultural e, sobretudo, a integridade das pessoas, segue não sendo levada em consideração. Vale destacar que tais imóveis centenários são isentos de IPTU por pertencerem a estas instituições, consideradas filantrópicas.

Essas irmandades são ordens religiosas leigas, que apesar de professarem – ao menos em tese – a fé católica, são independentes da Igreja e não estão sob o comando da Arquidiocese do Rio, que não tem responsabilidade nem ingerência sobre os templos que têm administração independente. São como associações de pessoas que não são padres nem freiras mas que mantinham igrejas particulares. Teoricamente, a Arquidiocese poderia interferir e intervir nas ordens ou irmandades que se encontram em dificuldades ou que enfrentam administrações danosas a seu patrimônio, porém ao fazê-lo a Igreja arriscaria ter responsabilidade sobre suas dívidas, inclusive trabalhistas.

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