Igreja da Nossa Senhora do Monte do Carmo (em primeiro plano, do lado direito), cuja ameaça de ruína pode prejudicar o recém-restaurado templo vizinho, onde foram coroados um Rei de Portugal e dois Imperadores brasileiros. (Foto: Daniel Martins)

A cerimônia que transformou D. Pedro II no imperador do Brasil, que completa 183 anos nesta semana, aconteceu na Igreja Nossa Senhora do Carmo, monumento no Centro do Rio onde também ocorreu a aclamação do pai dele, D. Pedro I, e a sagração de D. João VI. Por lá, também ficam guardados os restos mortais do navegador Pedro Álvares Cabral, assim como Joaquim Arcoverde, o primeiro religioso a ter o título de cardeal na América Latina.

Igreja que encabeça a lista de favoritas das noivas no Rio de Janeiro (Apenas no ano passado, foram mais de 40 celebrações), a Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, localizada na esquina da Rua Sete de Setembro com a Rua Primeiro de Março, já serviu como pano de fundo de batalhas, casamentos e intrigas em um tempo em que política e religião caminhavam de mãos dadas.

A primeira construção do lugar foi uma capela dedicada à Nossa Senhora do Ó, erguida ainda no século XVI. Os pescadores buscavam bênçãos antes de saírem para o mar. Escavações no prédio revelaram que o local também foi espaço de guerras, com a existência de paliçadas, uma espécie de cerca defensiva usada em conflitos.

No começo do século XVII, mais precisamente em 1619, começou a construção de um convento ao lado da então capela, por frades beneditinos. Uma nova igreja começou a ser erguida em 1761, em estilo rococó. A igreja e o convento permaneceram unidos até o século XIX, quando foi aberta uma rua para o escoamento de água.

Não por acaso, a via tinha o nome de Rua do Cano. De acordo com a Prefeitura do Rio, o local passou a ter o nome atual — Rua Sete de Setembro — depois de um decreto em outubro de 1917. A Rua Primeiro de Março, que antes era Rua Direita, também teve o nome alterado no mesmo ano.

Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, Com D. João VI, ainda príncipe regente, instalado no que passou a se chamar de Paço Imperial, o lugar foi elevado ao posto de Capela Real.

A então Rua Direita, que separava o Paço da igreja, não era simplesmente atravessada pela realeza. Foi erguido um passadiço, que era usado no deslocamento até o convento, então ligado à construção e, por dentro, a família real chegava até os balcões mais altos da igreja, de onde assistiam a cerimônia.

D. Maria I passou a viver em um aposento do convento. Lá ela morreu, em 1816. Na igreja aconteceu a missa de corpo presente, assim como a sagração do príncipe regente, que passou para a história como D. João VI.

A igreja se transformou no palco de alguns dos principais acontecimentos do Império, como as coroações de D. Pedro I e D. Pedro II.

Assim, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo se tornou o cenário de várias pinturas que retrataram essas figuras históricas em situações de poder. Como no retrato de Jean Baptiste Debret da coroação de D. Pedro I que, atualmente, faz parte do acervo do Palácio Itamaraty. Outro exemplo é a coroação de D. Pedro II, pintada por Manuel José de Araújo Porto Alegre.

Lá também aconteceram as bençãos dos casamentos de D. Pedro I com a imperatriz Leopoldina e com Amélia de de Leuchtenberg, e de D. Pedro II com a imperatriz Teresa Cristina. Também ocorreu lá o casamento da Princesa Isabel com o Conde D’Eu em 1864.

O status adquirido ao longo dos séculos pela igreja não foi apenas conquistado por nobres, mas por gente comum, como José Maurício Nunes Garcia, que a usou como espaço para exibir o próprio talento.

Negro, descendente de escravos, ascendeu graças à carreira na igreja e foi nomeado metre de capela durante o tempo que a família real portuguesa esteve no Brasil. Encantou D. João VI, que foi grande admirador do seu talento.

A igreja se transformou em um dos principais cenários para a exibição da obra de um dos mais importantes compositores da história da música brasileira.

Com a chegada da República, a igreja seguiu como Sé, status que manteve até 1976, quando foi inaugurada a atual Catedral Metropolitana.

O interior da é classificado como sendo de estilo rococó, mas com fachada de estilo eclético. Ela, inclusive, foi finalizada em 1922. O local se sustenta com a realização de eventos e doações.

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em dois registros diferentes: pela importância histórica e artística.

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