Especialistas alertam para riscos de coação e violência nas eleições municipais devido à infiltração de grupos criminosos na política.
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou recentemente a alteração de 53 locais de votação em dez municípios do estado, afetando 171 mil eleitores.
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A decisão, motivada por questões de segurança, visa proteger o processo eleitoral de possíveis ações do crime organizado.
Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam a infiltração de grupos criminosos na política como uma das maiores ameaças às eleições municipais, não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o país.
Essas organizações podem recorrer à violência, ameaças e coação contra adversários e eleitores para garantir a eleição de seus candidatos.
Alan Fernandes, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, explica que esse processo de infiltração do crime organizado na política é relativamente novo nas grandes metrópoles, mas já é uma realidade em regiões mais remotas do país.
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Ele destaca o risco de coação no dia da eleição, com grupos criminosos impedindo o comparecimento de eleitores ou forçando-os a votar em determinados candidatos.
Combate à milícia
No Rio de Janeiro, as milícias têm se aproveitado da participação no Estado para fortalecer sua atuação.
Em resposta, os tribunais eleitorais vêm adotando medidas para garantir a lisura do processo eleitoral.
Um exemplo é a proibição do uso de celulares e câmeras nas cabines de votação, implementada em 2008 para evitar que eleitores fossem obrigados a registrar seus votos como prova para grupos criminosos.
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Miguel Carnevale, pesquisador da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, ressalta que a atuação dos grupos criminosos é ainda mais forte nas eleições municipais, onde há maior contato entre vereadores e comunidades.
Isso pode resultar em relações clientelistas e afetar o processo democrático.
Ameaça e controle
André Rodrigues, pesquisador da Universidade Federal Fluminense, aponta três mecanismos principais usados por grupos criminosos para interferir nas eleições: ameaças veladas, proibição de campanhas em áreas controladas e eliminação violenta de opositores.
Ele destaca que, embora a maioria dessas ações ocorra durante a campanha, a coação de eleitores pode acontecer também no dia da votação.
Além da infiltração do crime organizado, outras formas de violência eleitoral preocupam os especialistas. Casos de agressões entre candidatos e eleitores por questões ideológicas têm sido registrados, e as redes sociais podem amplificar essa violência.
Um levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral registrou 128 casos de violência contra lideranças partidárias no segundo trimestre de 2024, incluindo 25 assassinatos.
Diante desse cenário, autoridades têm tomado medidas preventivas. O Ministério da Justiça e Segurança Pública estendeu a permanência da Força Nacional de Segurança no Rio de Janeiro por mais 90 dias, cobrindo o período de campanha e votação.
A Secretaria Estadual de Segurança do Rio também está finalizando seu planejamento operacional para os dias de votação.
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